O aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) anunciado pelo Governo Federal promete impactar diversos segmentos da economia, uma vez que o tributo é aplicado sobre operações como empréstimos, financiamentos, câmbio, seguros e investimentos.
No setor de energia solar, o imposto incide principalmente sobre as linhas de crédito utilizadas por consumidores e empresas para financiar a instalação de sistemas fotovoltaicos, além de impactar operações de importação de equipamentos.
Com a nova alíquota, profissionais do setor alertam que os financiamentos se tornarão mais caros — o que pode desestimular investimentos e dificultar o o ao crédito, especialmente para integradores, consumidores residenciais e empresas de médio porte.
José Vitor Salm, diretor da Bold Energy, explica que a decisão tomada agrava um cenário que já era desafiador, com a taxa básica de juros (Selic) ainda em patamar elevado nos últimos meses. “O coração do sistema de geração distribuída é o o ao crédito, que já estava difícil. Agora, com o aumento do IOF, o custo financeiro sobe tanto para a pessoa física quanto, principalmente, para a pessoa jurídica”, explicou.
Segundo ele, o impacto deve ser sentido em diversas frentes: desde o financiamento de sistemas e importações até operações de capital de giro para empresas do setor. “É difícil precisar o tamanho exato do impacto, mas ele certamente vai gerar aumento de custo para todos — e isso, inevitavelmente, será reado ao consumidor”, disse o executivo.
Salm também questionou a motivação por trás da medida. “Me parece uma decisão mais política, num momento em que o governo poderia estar focado em cortar gastos. Ao invés disso, opta por tributar mais, atingindo empresários e consumidores”, opinou.
Justificativa do governo
As novas alíquotas foram anunciadas na última quinta-feira (22) pelo Governo Federal, com a justificativa de que a medida ajudaria o país a arrecadar R$ 20,5 bilhões a mais neste ano e R$ 41 bilhões em 2026. O pacote incluiu o aumento do imposto na compra de moeda estrangeira em espécie — de 1,1% para 3,5% — e a aplicação de uma alíquota de 5% de IOF sobre planos de VGBL, modalidade de seguro de vida com cláusula de cobertura por sobrevivência.
Parte do pacote prevê ainda a taxação de recursos enviados para investimentos no exterior. A medida, no entanto, foi cancelada no mesmo dia. O temor no Palácio do Planalto era de que a decisão fosse interpretada como uma tentativa de controlar a saída de recursos do Brasil.
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