A demanda global por energia elétrica destinada a data centers deve crescer 16% ao ano até 2028 — uma taxa 33% mais acelerada do que a registrada entre 2020 e 2023.
A expectativa é que o consumo total alcance cerca de 130 GW ao final do período, com investimentos globais que podem ultraar a marca dos US$ 1,8 trilhão.
Os dados fazem parte do estudo “Breaking Barriers to Data Center Growth”, elaborado pela consultoria BCG (Boston Consulting Group) — referência mundial em estratégias para grandes corporações e instituições públicas.
De acordo com o relatório, o principal fator para essa expansão é o crescimento acelerado do uso da IA (inteligência artificial) no ambiente corporativo.
O estudo destaca que Amazon, Meta, Microsoft e Google devem liderar essa expansão, respondendo por 60% do crescimento projetado e elevando sua participação na demanda energética de 35% para 45% até 2028.
Já as empresas com instalações próprias (corporate players) devem ver sua fatia cair de 10% para 5%, à medida que continuam migrando seus dados para a nuvem.
Outro ponto relevante do estudo é o aumento no tamanho médio dos data centers nos Estados Unidos, que deve saltar de 40 MW para 60 MW até 2028.
Segundo o BCG, essa evolução é impulsionada pelas economias de escala e pelas demandas técnicas específicas da GenAI, que exigem processamento paralelo em larga escala e comunicação ultra rápida entre servidores.
Apesar do cenário de crescimento, o estudo alerta para desafios relevantes que podem limitar a expansão do setor, como a disponibilidade de hardware especializado, gargalos em infraestrutura energética e cadeias de suprimentos globais ainda sob pressão.
Expansão de data centers no Brasil
Embora os Estados Unidos estejam registrando grande parte dos data centers globais, o estudo da BCG identificou que países como o Brasil têm potencial para se beneficiar dessa demanda crescente devido à boa conectividade de dados, posição geográfica estratégica e alta proporção de energia renovável.
No entanto, fatores como carga tributária elevada e burocracia podem dificultar a atração de investimentos. Recentemente, o Governo Federal anunciou um plano para transformar o Brasil em um polo global de data centers, com incentivos fiscais e segurança jurídica, com a expectativa de atrair até R$ 2 trilhões em investimentos na próxima década.
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