‘Não há transição energética sem armazenamento’, afirma VP da Jinko Solar

Alberto Cuter fala sobre desafios do setor e estratégias da empresa para fortalecer presença na América Latina
2 min 39 seg de leitura
‘Não há transição energética sem armazenamento’, afirma VP da Jinko Solar
Mercado global de armazenamento de energia adicionou 175,4 GWh em 2024. Foto: Jinko Solar/Reprodução

A Jinko Solar projeta um ano desafiador para o setor de GC (geração centralizada), especialmente diante das mudanças regulatórias e das oscilações cambiais.

Em entrevista ao Canal Solar, Alberto Cuter, vice-presidente da empresa para a América Latina e Itália, falou sobre as perspectivas do mercado, os desafios impostos pelo ex-tarifário e a estratégia da companhia para ampliar sua participação na região.

Desafios de 2025 para a geração centralizada

Cuter destacou que o ano de 2025 trará desafios significativos, com mudanças importantes em relação a 2024. O principal entrave apontado por ele é o ex-tarifário, que tem impactado especialmente os projetos de grande porte.
Além disso, fatores como a taxa de câmbio entre o real e o dólar e o custo financeiro do capital estão influenciando o desenvolvimento de novos projetos.

A solução para o problema dos curtailments

Outro ponto relevante abordado na entrevista foi a questão dos curtailments. “Não há transição energética viável apenas com energia solar fotovoltaica, já que essa fonte depende da disponibilidade do sol. Por isso, a Jinko investe fortemente em armazenamento de energia”, disse.

O executivo ressaltou que mercados como o chileno já enfrentam há anos problemas de curtailment e que a solução para essa questão a pelo armazenamento. O vice-presidente também destacou a tendência de queda nos custos das baterias e aumento da eficiência, seguindo um padrão similar ao que aconteceu com os módulos fotovoltaicos nos últimos anos.

Ele exemplificou essa evolução ao citar que, há dois anos, a capacidade de armazenamento em um contêiner de 20 pés era de 3,4 MWh, enquanto hoje essa capacidade já atinge 5 MWh, com um custo mais competitivo.

Queda no preço das baterias faz armazenamento entrar no radar dos brasileiros

A importância dos eventos e do networking

A Jinko Solar tem investido em eventos do setor para fortalecer sua presença na região. O especialista mencionou a Energyear como um dos eventos estratégicos para a companhia, destacando o papel crucial do networking para os negócios da empresa.

“Além das apresentações sobre o panorama de cada país, esses eventos possibilitam o desenvolvimento de relações comerciais sólidas, tornando-se fundamentais para empresas como a Jinko”, afirmou.

Diferenciais da Jinko Solar

Ao falar sobre os diferenciais da fabricante, Cuter ressaltou que a liderança de mercado é resultado de uma combinação de fatores: um produto de alta qualidade, uma equipe especializada e um serviço de atendimento diferenciado.

“Buscamos atuar como uma organização global, com times formados por profissionais locais para melhor compreensão das particularidades de cada mercado”, enfatizou.

Ele também criticou a estratégia de competir apenas pelo menor preço, chamando essa prática de “teoria do cavalo morto” – uma abordagem que pode gerar resultados de curto prazo, mas que não sustenta uma empresa no longo prazo.

“A Jinko Solar se diferencia justamente por oferecer e de qualidade ao cliente, o que garantiu sua posição de liderança em volume de remessas globais, mesmo em um mercado desafiador”, concluiu.

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Foto de Mateus Badra
Mateus Badra
Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como produtor, repórter e apresentador na TV Bandeirantes e no Metro Jornal. Acompanha o setor elétrico brasileiro desde 2020.

Uma resposta

  1. O armazenamento não necessariamente tem que estar atrelado ao uso de baterias. Geração de Hidrogênio Verde, retro-bombeamento de água aos reservatórios, dentre outros, também são soluções a se pensar quanto ao uso da energia solar no período de pico (10h às 14h).

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